terça-feira, 7 de agosto de 2007

Eixo Norte-Sul - Algumas achegas

Há muito tempo, estava prevista a ligação do Eixo Norte-Sul à Avenida Padre Cruz em túnel - eu vi o projecto. Aparentemente foi abandonado, provavelmente por razões orçamentais.
O estudo prévio para este troço foi realizado em 1996 e penso que o desenvolvimento do mesmo terá sido efectuado com base num traçado pensado muito mais cedo. O Alto do Lumiar era já uma ideia a ganhar forma e a necessitar de bons acessos e as preocupações ambientais que permitiriam garantir o sossego aos moradores do Lumiar ainda não tinham atingido o estatuto de politicamente correcto que têm hoje em dia. Terá sido o "bom senso" a ditar não haver justificação para os custos que um túnel implicaria.
Este "desprezo" pelo bem particular em detrimento do "bem comum" é patente de uma forma muito clara nas conclusões do respectivo Estudo de Impacto Ambiental elaborado em 2004. Nas suas conclusões, todos os aspectos benéficos estão associados à melhoria da circulação na Avenida Padre Cruz bem como à da fuidez dos acessos à Alta de Lisboa enquanto nos aspectos negativos apenas se encontram citados os impactos... na paisagem e nos edifícios que se pretende demolir (já demolidos). Nem uma palavra sobre os moradores a quem, necessariamente, o ruído de seis faixas de circulação automóvel rápida deveria afectar. A quem a construção de um viaduto na proximidade das suas habitações deveria afectar. Nem uma palavra sobre a negatividade de manter construções (como são o Mercado e a Junta de Freguesia) sob um emissor de ruído tão grande como será o viaduto.
De uma hipocrisia calculada (ou sendo consequência de uma pirueta intelectual para justificar positivamente o projecto do cliente) é o capítulo final:
"Da análise efectuada, conclui-se que os impactes negativos decorrentes da implantação da via serão compensados pelos benefícios que esta trará, particularmente se forem cumpridas todas as recomendações patentes no presente estudo, complementadas pelos projectos de medidas de minimização, nomeadamente o Projecto de Protecção Sonora e Projecto de Integração Paisagística, que acompanham o presente EIA."
Ora pois. Não há nada como uns opacos tapumes coloridos a adicionar ao alto do cinzento e altaneiro tabuleiro para transformar uma dôr de cabeça num benefício para a nação.

8 comentários:

Anónimo disse...

Mas já alguém sabe quando é que o ENS irá estar pronto e ser aberto ao público?

tuBo em cima disse...

ha uns meses o q as Estradas de portugal me informaram é que terminaria no final do 3º trimetre do ano...

Pedro Cruz Gomes disse...

Em Setembro de 2007 é que não vai estar pronto de certeza absoluta!

Anónimo disse...

É realmente urgente a conclusão do ENS. Ainda por cima encerraram o "atalho" que ligava a Kruz Abecassis à rua que ia para a estrada da Torre e que nos ia valendo nos dias de maior engarrafamento. Aparentemente começaram as obras do eixo Central, mas não há qualquer comunicado oficial nesse sentido...

Pedro Veiga disse...

As pessoas ficam sempre em segundo lugar. Os moradores do Lumiar ficam esquecidos perante um monstro rodoviário que vai servir sobretudo para trazer mais automóveis para o centro de Lisboa.

Anónimo disse...

É uma pena que todos não vejam que mesmo depois do ENS estar em cosntrução a expeculação imobiliária permita a construção em cima do eixo .. como junto à rotunda da Ameixoeira! Afinal a culpa não é so do ENS ... Quem compra ali casa não pode queixar-se de nada.

Anónimo disse...

São 2 aspectos diferentes:
1 - Ninguém pode negar a utilidade do Eixo Norte-Sul. Ele é uma peça claramente em falta na estrutura viária da cidade. Os próprios habitantes do Lumiar vão beneficiar do ENS via forte redução de tráfego na Calçada Carriche e na Santos e Castro.
2 - Ninguém pode negar que a opção tomada (viaduto) lesa gravemente a qualidade de vida dos habitantes dos prédios mais próximos, quer sejam prédios antigos, quer sejam prédios recentemente construídos.
Em conclusão: ENS sim mas em tunel.

Anónimo disse...

Não me refiro a prédios recentes. Refiro-me a prédio cuja construção se iniciou depois do inicio da construção do ENs. Terão essas pessoas que compraram a casa razão para reclamar? O ENS já lá estava. A Opção em Tunel é muito dispendiosa para as condições económicas do nosso país.