sexta-feira, 21 de outubro de 2005

Ciclovias na Alta de Lisboa - Esclarecimentos



Na Alta de Lisboa a discussão sobre as questões que envolvem a utilização da bicicleta foi iniciada no blogue do Tiago, “Viver na Alta de Lisboa”, e logo generalizada a outros. Dos comentários e partilha de opiniões nasceu a ideia de um 1º Encontro de moradores agendado para o próximo sábado com o objectivo de se criar um grupo de trabalho que a vários níveis defenda e promova a utilização da bicicleta nesta zona de Lisboa. Trata-se de um movimento de cidadãos com carácter informal.

O mote para este encontro foi a “ciclovia” prevista para o ainda virtual Eixo Central (ou “passeio de Lisboa”). Pretende-se fazer uma visita ao terreno e analisar as potencialidades para a implementação de infra-estruturas facilitadoras da utilização da bicicleta – vias dedicadas à circulação de velocípedes sem motor; espaços canal interditos ao trânsito motorizado (onde coexistam as bicicletas, os patins, os skates, as crianças, os idosos, pessoas de mobilidade reduzida ou em cadeiras de rodas, etc.); zonas residenciais com limite de velocidade de 30 km/hora onde a via pública possa ser partilhada por todos os utentes e em segurança, entre outras soluções.

Este grupo terá a forma, denominação, organização e objectivos a definir por todos aqueles que o queiram integrar, e que o podem fazer em qualquer altura. As pessoas poderão colaborar ao nível da divulgação de iniciativas, do trabalho de campo, da sensibilização, da logística, dos contactos institucionais, etc. Cada um pode oferecer um pouco do seu tempo e do que sabe fazer (um vizinho publicitário fez o cartaz, os informáticos e não só têm colaborado na divulgação e muitos outros podem ajudar – os artistas, professores, eu, você e o vizinho do lado). Podemos dar um verdadeiro sentido à palavra CIDADANIA. Mesmo quem não tenha disponibilidade pode simplesmente participar nos encontros, passeios, debates, dar opinião e ajudar a formar uma massa crítica na Alta de Lisboa.

Optou-se nesta fase por reunir apenas os moradores para discutirmos o que queremos para a nossa Alta. A iniciativa foi divulgada às associações locais, mas não às entidades "oficiais" - SGAL e autarquias (Câmara Municipal e Juntas de Freguesia). Numa próxima ocasião serão convidadas, pois já está a ser preparada uma lista de contactos, bem como envolvidos jornalistas interessados em nos acompanhar num próximo evento. Quanto aos partidos políticos também não foram convidados e pessoalmente considero não haver qualquer interesse de seus representantes integrarem este movimento. O movimento pode ser político, mas deve ser apartidário.

Como nem todas as vias dedicadas à circulação de bicicletas (ou vias cicláveis) se denominam ciclovias (podem ser também pistas cicláveis, ecopistas, ciclocaminhos, etc.) e as expressões têm significados diferentes conforme se segrega ou não o trânsito de bicicletas do tráfego motorizado, a abordagem a seguir no futuro também deverá ser definida pelo grupo.

Visando as propostas a concretizar e a apresentar pelo grupo/movimento às entidades executoras, todos os técnicos são bem vindos desde que prestem colaboração de forma gratuita. Como utilizadora de bicicleta já me disponibilizei para este grupo. Tenho desenvolvido trabalho também nesta área e aqui o que me “move” é a defesa intransigente da bicicleta nas suas múltiplas vertentes (utilitária, lazer, manutenção, desporto, etc.) como um instrumento fantástico para um desenvolvimento que se quer sustentável e com potenciais mais valias em diversos sectores (mobilidade, transportes, ambiente, saúde, turismo, economia, energia, emprego, entre outros). Também defendo que o grupo não compre nem venda nenhum projecto, pois temos é que "pôr" os técnicos da Câmara Municipal (projectistas, arquitectos, desenhadores, etc.) e outros a trabalhar para o objectivo comum.

Estou ligada à Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (há 10 anos que sou sócia e colaboro neste âmbito), que apoia a nossa iniciativa, tem protocolo com a autarquia e uma ideia para uma Lisboa Ciclável tendo conseguido sensibilizar várias instâncias para estas questões (conseguiu, por exemplo, a permissão do transporte gratuito da bicicleta no Metropolitano aos fins-de-semana e feriados). Numa próxima ocasião poderá certamente partilhar connosco essas ideias, quem sabe num debate público a organizar aqui na Alta...

Estou confiante no potencial deste movimento que pode desencadear a criação de outros que se queiram dedicar à nossa COMUNIDADE local.

3 comentários:

Tiago disse...

Ana, parabéns pelo texto! E parabéns pelo trabalho ja desenvolvido, como pudemos ver ontem, no passeio!

Tiago disse...

Olá Catarina e Bernardo!

Benvindos!

Ponto Verde disse...

Boa iniciativa, não soubemos com a devida anteced~encia para poder divulgar, fica para uma proxima. Um abtaço.